Letra da Música Saída Fugaz (Part. Célsio Mambo) de Flagelo Urbano o Eremita

1. Verso
De quem é a voz que chora no cimo de uma colina?
A quem pertence aquela voz tão pequenina?
Não tem rosto muito menos identidade
Vive por si só ao sabor da avareza a humanidade
De quem é o chafariz que jorra indigência?
Sorriso mórbido no limiar da indiferença?
Corpo frágil, experiente nas andanças
Silencio que fala na voz
que ainda nada disse mas se cansa
É como um cometa, pequeno dono do universo
Apesar de tudo confia em Deus
e como prova disso carrega um terço
E uma fé que ilumina a sua alma
Um ombro amigo, um abraço, uma mão, uma cama
É filho do acaso e das circunstancias da vida
Da falta de prudência e da eterna burrice humana
É rei de si mesmo, supremo filho do seu tempo
Na frivolidade que caracteriza a vida urbana
Mãos ao alto, acenando um lenço branco
Nas esperança de um sorriso
que se mostre um falso amigo
Não exige muito, também ninguém daria
Apenas quer ver na vida da vida urbana algum sentido
Nas mãos que se juntam, na força de irmandade
Na tomada de consciência de que é preciso alteridade
Rostos secos revolucionam o pensamento
O ódio se esvanece no amor
que aos poucos pinta o tempo
Coro
Amanji angue Ukalile
2. Verso
Observador passivo, metamorfose ambulante
Olhar envenenado, semblante de um pequeno andante
Traquinice contra o estado atual do estado da vida
Ressentimento de uma mãe
que nunca se mostrou querida
Lembranças pintam o retrato a preto e branco
Olhar transparente transforma o espelho em prato
Luzes que se acendem mas o escuro permanece
Não existe amor próprio quando o ódio prevalece
Filho do seu tempo na luta contra o que tem que ser
Uma alma pequena que esconde
o que o coração tem que esquecer
De quem são as mãos que calmamente se estendem?
Os melhores anos dessa vida que se perdem?
De quem é esse sorriso que fala alto?
Que caminha pelos montes da fronteira do asfalto?
Olhando a ordem estabelecida para cada substância
Tudo segundo uma sequência, uma ordem lógica
Uma interligação de forma metodológica
Num sorriso adulto que se quer teve infância
Carregam uma idade
que se conta pelos dedos das mãos e mais dois
Vive o agora, de que lhe vale o depois?
Arrasta a vida na podridão da sua alegria
Não gosta do centro muito menos da periferia
Vê no lenço branco uma saída fugaz
Quanto mais conhece os homens mas estima os animais
Coro
Amanji angue Ukalile